sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O futuro do HIP HOP está garantido em São Vicente

Black god
Ainda não tinha escrito nada sobre o concerto de beneficência, integrada nas actividades do Mês Internacional do Hip Hop, organizado por Seiveige e Kilombo, dois rappers da zona de Vila Nova. O concerto foi um momento impar, onde se conseguiu juntar com muita qualidade o “útil ao agradável”, a necessidade de ser solidário com os menos desfavorecidos com hip hop da muita qualidade. A entrada foi um quilo de alimento e a adesão foi massiva com bons quilos a serem doados e entregues a Associação Cáritas. 


 A parte solidariedade foi de aplaudir. Mas o que aconteceu em cima do palco foi de deixar todos convictos que o hip hop kriolo está em boas mãos, jovens novos na cena a fazerem um rap de muita qualidade, absorvendo a verdadeira essência do movimento, isto é, trazer algo de novo. Vários nomes que ainda não tinha ouvido me deixaram de boca aberta, e também a confirmação e a certeza dos que já estão no movimento há mais tempo. 
Match Point
O hip hop, como costuma dizer um amigo, “é coisa seria” e por isso tem que ser feito com consciência e criatividade, tanto para os que o ouvem como para os que estão dentro do movimento. Neste momento com o trabalho de muitos os hip hop está alcançou um estado de proeminência, sendo que ainda não está na época de ouro, na minha opinião. 

Fazendo algumas menções especiais dentro do próprio espectáculo, que abriu com Phantom, na sua primeira apariçao pública, e passou depois para AC e Match Point. Uma palavra para os Match Point com um “flow descontra” me cativou principalmente com uma música simplesmente fantástica que fala sobre a situação actual. A próxima geração que está nascendo para o hip hop, se continuar consciente e fieis aos princípios defendidos pela cultura, e claro não se deixando influenciar teremos o futuro garantido. 

O futuro faz-se então cheio de perspectivas e fidelidade a essência da cultura com criticas socias actuas, e atento ao cenário económico e político-social do país. Falando com JM ele disse que tem apenas que apenas o hip hop consegue retractar. Sendo verdade isto cria a responsabilidade de todos os envolvidos, porque todos os hip hopers tem então um dever social de ser a voz do povo. 

BTS - BrumeTchan Style
Mas durante o concerto teve apresentações fantásticas de BTS, Bairr Turbulent, G-Rappers que deram um show e tanto, Glack God e DMOG, Lod Escur e muitos outros. O hip hop precisa de mais do tipo de actividades que dá novos MC's a oportunidade de surgir, mas tambem oportunidade para o hip hop possa fazer a diferença na sociedade, com acções do género. Porque se a cultura é intervencionista, tambem tem um papel social a cumprir.  



                                                             

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Novembro, mês do Hip hop


Conferência de Imprensa de Abertura  
O Mês Internacional do Hip Hop vai marcar todo o mês de Novembro em São Vicente, do dia um ao dia 31 com muitas actividades para marcar esta efeméride  Com palestras, tertúlias, filmes com a intenção de destacar o melhor da cultura, e mostrar o lado positivo da cultura. Ou seja com este mês o hip hop estará num patamar mais elevado, porque as acções não visam apenas a parte de demonstração mas num ambiente lúdico aprender sobre a verdadeira essência do hip hop. 

Caras da cultura 
O lema escolhido foi “hip hop forma de vida” e com isto cabe aos intervenientes mostrar a que hip hop é algo que se vive. Como explica Mirú, conhecido pelas suas intervenções sobre a cultura” de que o hip hop é um “movimento cultural, histórico que não pode ser destruído”. Porque quando mais se entende a essência do hip hop muitos mitos e concepções erradas vão caindo. A primeira que ela não é uma cultura americana mas que está enraizada na própria história do africano. Dj Letra diz que a cultura hip hop já se encontrava nestas ilhas antes da formação da cultura cabo-verdiana. 

Kuart a fotografas seus crachás 
E com este mês dedicado ao hip hop para poder sair com a ideia certa do que é e como se comportam os seus verdadeiros elementos. Neste momento a vertente mais conhecido da cultura é o MC, que com ritmo e poesia tem mostrado o seu talento com as suas rimas. Por isso agora a atenção se volta para as outras vertentes como o bboys e para os writers, claro sem perder de vista o MC, que com certeza é o elemento mais conhecido do hip hop. 

Com o formato deste certame abrira espaço para que possa formar uma nova camada de intelectuais do hip hop com os vários encontros entre rappers. A cultura precisa de pessoas que a possa defender mas com uma base intelectual mais forte baseado no conhecimento real dos factos. Mirú por seu lado tem feito muito mas precisamos de mais que estudam e defendem a cultura, por ela é de todos nós. Apesar de ser um momento de festa que todos possam estar Unidos na defesa da cultura hip hop, porque “el é don´t stop”. 
Nani com I a ver a exposição 
A partir do dia um Novembro estará aberto a exposição "Raptrospectiva", um olhar sobre as origens e a actualidade do hip hop em São Vicente, com ênfase nos diferentes vertentes da cultura.   A exposição vai ficar exposta até o fim do mês na Rua 19 Setembro, rua da Zero Point Art, no espaço ex Bar Chocolate . 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Frutos vem com o esforço

Todos tem um objectivo na vida, uma meta, um sonho e muitos conseguiram chegar onde queriam outros ficaram pelo caminho e muitos nunca tentaram. É lógico que é menor o número dos que conseguiram e maior o número dos que não conseguiram mas o fracasso não é uma condição nata de alguns.
O sucesso não é algo que vem nos bater a porta quando menos esperamos – já chegas-te – não é assim tão fácil quem dera que fosse temos mas temos que ir a luta ninguém consegui nada sem antes mostrar o sua capacidade e seu valor. Mesmo depois de muitas tentativas falhadas mas podemos confiar que um dia havemos de conseguir.
A fé por isso é mais do que uma crença que tudo acabará bem mas é a noção do que temos que fazer para chegar onde queremos.
O fracasso não é uma condição nata de alguns, só é fraco os que assim quiserem e os que sentado no sofá pensarem que podiam alcançar algo na vida. É claro que temos muitos obstáculos no caminho que nos pode impedir de prosseguir mas não podemos culpar nada nem ninguém por nosso auto-fracasso.
O que eu quero dizer que todo o sonho é possível mesmo na Bíblia Sagrada nos lemos “que tudo é possível ao que crê” e também que “a fé se não tiver obras é morta em si mesmo” (Tiago 2:17) Martin Luther King disse “Suba o primeiro degrau com fé. Você não tem que ver toda a escada. Você só precisa dar o primeiro passo”. Nunca tenhas medo de sonhar e de lutar pelos teus sonhos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Vida de barbeiro é difícil... difícil

Muitas vezes paramos e pensamos nas profissões, e é sempre muito difícil chegar a conclusão de qual em todas elas é a mais difícil. Claro que tem o trabalho de lomba que sem dúvida é pesado e pouco remunerado e deve ser levado em conta.

Mas quero falar de um específico que deve ter ódio de todos os homens: o barbeiro. Aqui em São Vicente por exemplo o que não falta é barbearia, e claro que nem sempre as cadeiras estão ocupadas e os barbeiros ficam na porta vendo o movimento a espera do trabalho. Enquanto o trabalho não chega milhares de pessoas a passam na sua frente.

Cada pessoa que passa o barbeiro reclama. Primeiro passa um com o cabelo grande e com falta de um bom corte, o do tipo que não gosta de dar o barbeiro de ganhar. Quando o individuo passa o barbeiro fica a remoer la dentro: “Olho o gajo com um cabelão com falta de um bom corte, e eu poderia dar-lhe um e ele tava f'kal de kel bom”. E é justo um gajo com falta de trabalho e outros com oportunidades dar trabalho e mesmo assim se recusam deixa uma pessoa chateada.

Se o barbeiro reclama d’ aqueles que passam na porta da sua barbearia com o cabelo por tirar, o mesmo se pode dizer com aqueles que passa com um bom corte. Qual é o motivo: porque não usaram sua barbearia e logo não conseguiu ganhar dinheiro na custa dele. “Porque ele não veio tirar cabelo aqui, eu lhe daria um corte bem melhor do que aquele”.

E se prestarem bem atenção quando passam por uma barbearia repararam no olhar feroz que vão receber destes profissionais. Não é por causa desses dois tipos de pessoa, são ossos do ofício, e o seu trabalho, seu sustento, está na tua cabeça, a vista dele.

Não sou o tipo que tem um barbeiro fixo e hora corto o cabelo num, hora noutro, e toda as barbearias que eu uso ficam em ruas que eu ando regularmente, e como devem imaginar passam sempre por eles, e quando não é um é outro que dá-me aquele olhar querendo dizer, “porque não vieste cortar o cabelo”.

Por isso por precaução nunca faço barba na barbearia, porque deste que eu ouvi a história do Blimundo e depois de pensar que por vingança ninguém sabe o que pode fazer.

Nada contra os barbeiros, a eles o meu maior respeito, e uma frase: “Barbeiro que escuta as mazelas dos seu clientes e fica quieto e carrega as dores dos outros prestemos mais atenção neles e veremos que eles sabem mais de nós do que nós mesmos".

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Deveria preocupar com a crise na RTC????



A RTC, empresa pública de rádio e televisão, está em greve e por isso as emissões de radio e televisão foram suspensas. Os trabalhadores juntaram a frente do edifício da RCV, na Avenida Marginal exigindo os seus direitos. Mas o ponto central das suas reivindicações é a sustentabilidade da empresa, se a empresa vai ou não sobreviver. 

Com esta pequena introdução deve ou não preocupar-me. Então vejamos 

A empresa é administrada por um conselho administrativo apontado pelo governo, que mais tarde tirou o corpo fora dizendo que é um assunto interno. Até onde o governo “cuida das suas empresas”. Vemos muitos investimentos mas num sector de grande importância como a comunicação não vemos muito. Os trabalhadores afirmam que a empresa está neste estado devido  “à gestão danosa e à desresponsabilização do actual Conselho de Administração”. A questão que vem a tona é como isto foi possível. 

Hoje Cabo Verde tem a moda de PCA (presidentes de conselhos executivos), todos apontados pelo governo. Quais são as reais competências e até que ponto estas pessoas estão qualificadas, (sem querer tirar o mérito aos que merecem e fazem um bom trabalho). será que estão por mérito próprio ou por causa da cor política. Quando chega neste ponto há que levantar as questões. 

O governo parece que aponta os PCA para desresponsabilizar do que acontece nas empresas. Mas a comunicação é uma área sensível que precisa de muito, e quando digo isso não me refiro apenas aos órgãos públicos, também para os privados que precisam de mais incentivos para continuar a fazer o seu trabalho, mas se neste momento não tem para o público e imagina só. 

Mas quando pergunto se a crise na RTC preocupa, claro que preocupa. A taxa de desemprego em cabo Verde com curso superior é alarmante, e com cursos de comunicação em quase todas as universidades é a morte do sonho de dezenas e com certeza centenas de futuros profissionais a verem mais uma janela a fechar, já que as reais oportunidades estão escassas . 

Mas do outro culpa a atitude passiva do governo em assuntos que preocupa a nação. “Estão a fazer uma grande confusão em relação a esta matéria, o Governo não lava as mãos porque a empresa assume as responsabilidades, quem deve analisar e discutir com o Governo a resolução do problema é o Conselho de Administração da empresa e é por isso que o primeiro-ministro não discute esta questão na comunicação social com jornalistas que são funcionários da empresa”, e assim disse José Maria Neves. 

E uma claro que uma situação preocupa todos e questiona em que direcção o país anda, e esperamos que não seja para a EUROPA 


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Wikileaks: um passo a frente no hip hop kriol


O hip hop desde do início nestas ilhas tem feito um percurso seguro. Com passos bem delineados e certeiros têm procurado e ocupado o seu espaço com segurança, e claro com muita qualidade. Pode colocar no passado as conversas das pessoas de que o hip hop era música de bandidos e desocupados que só falava palavrões e mais nada. 

Tivemos algumas amostras no passado recente com trabalhos de muita qualidade do potencial kriol para o hip hop. E quando menos esperávamos chega este trabalho “em formato de clássico”. Wikileaks de Batchart, um trabalho até agora sem paralelo, com uma mudança importante e que tem vindo a acontecer na cena do hip hop. Além do flow totalmente rejuvenescido e dos beats, há uma dose de inteligência nos temas tratados. Alem, de que tudo o que é ouvido no álbum são temas actuais, com a vertente interventiva própria do estilo. 

Apesar das músicas serem “sabe pá fronta”, mas temos que aprender algo com o que está se ouvindo, acho que é isto que o Bacthart quer. Vejamos então quando ele propõe “tell lie Vision (TV)”, a faixa numero 11, ele espera que tenhas uma nova atitude perante a televisão e que passamos a perder menos tempo a rente da tv. Ou “vendem Bo Alma” que sejas fiéis a teus princípios, como ele explicou no facebook. 

Lembro de assistir um show de hip hop em São Vicente há muitos anos atrás, muitos grupos cantaram e as pessoas saltaram com o som. Mas teve alguns que cantaram e as pessoas não saltaram e ao invés disso ouviram cada palavra que era pronunciado, e depois as palmas e a certeza de ter aprendido algo. Essa mesma analogia pode ser aplica neste álbum. 

Bacthart tem feito um percurso correcto e certeiro atingindo todos com a sua mensagem. O hip hop é isto é despertar das consciências com ritmo e poesia. 

Para fazeres downloud do álbum basta clicares aqui e desfrutar. 


sexta-feira, 29 de junho de 2012

Álcool...vai bem e a mal




O consumo de bebidas alcoólicas têm preocupado as autoridades. Essa prática pode ser visto como um martírio para as famílias que vê as suas economias minimizadas, porque familiares  usam parte dos rendimentos para bebidas. Mas por outro ponto é uma fonte de rendimentos para varias mercearias que lucram com essa prática. 

A venda e consumo do álcool constituem um dos motores que movem a micro-economia. Num país onde o consumo de álcool está começando mais cedo, além de constituir um problema social, mexe com o orçamento de várias famílias e nas pequenas lojas um peso importante na quantidade no volume de vendas. 

Muitas famílias por um lado ficam descontes pela quantidade de dinheiro que é investido nas bebidas alcoólicas, enquanto, as lojas ficam contentes pela quantidade de bebidas alcoólicas que tem saída nos seus estabelecimentos. 

O Álcool e as famílias 

Maria Teresa, moradora em Espia, reclama o quanto o marido gasta em bebidas. José Delgado, marido da Maria Teresa, trabalha como pedreiro e todos os meses tem que pagar divida acumuladas nas lojas. Cerca de cinco mil escudos dos quase trinta mil que recebe é usado em bebidas. Mas, ainda, a esposa reclama duzentos contos que “queimou” em bebidas quanto veio para São Vicente depois de trabalhar noutra ilha do país. 

As bebidas alcoólicas têm deixado sua marcada em algumas outras famílias que vem nesse processo um investimento sem retorno e uma enorme dor de cabeça. Antónia Paula, em Ribeirinha, assevera que o consumo “deixa as famílias mais pobres porque não podemos usar o dinheiro em algo” que é necessário. Maria Teresa, por outro lado, vê nas bebidas alcoólicas um devorador que leva tudo e deixa todos com falta e não sacia as verdadeiras necessidades. 

Jorge Nascimento, marido de Antónia, explica como tudo sucede os gastos. “Tomo um e quando tem muitas pessoas e estamos contentes e não tem dinheiro começamos a pedir fiado”. No pedir fiado que está o problema porque vai aumentando a conta pouco a pouco. 

O dinheiro consumido em bebidas é partes importantes em famílias com principalmente os de baixa renda. No caso de Rosa Delgado o marido é o único que trabalha e as constantes bebedeiras faz com que a renda diminui. “È difícil quando não sabemos o quanto vamos ter no fim do mês”. Isto porque não pode fazer a conta quanto o marido quanto não se sabe quanto é a divida. 

As mercearias 

As lojas desempenham um processo importante já que são eles que fazem chegar essas bebidas as pessoas. Tipo de lojas diferentes tem desempenhos diferentes e o tipo de mercadoria vendido também é diferente. 

Nas lojas de maior dimensão as bebidas alcoólicas não desempenham um papel preponderante no volume de vendas, mas não é de subestimar. Nelson do que trabalha numa mercearia em Monte Sossego explica que “as bebidas alcoólicas são importantes” mas tem que apostar em outros produtos já que é uma loja familiar. Os bens alimentícios são os mais importantes. 

Por outro lado as lojas de pequena dimensão as bebidas alcoólicas, em especial grogue e ponche, desempenham um papel fulcral na sobrevivência dessas mercearias. Anisia Oliveira gere uma pequena loja em Bela Vista. E é categórica quando afirma que “ganha-se mais no álcool de que nas outras coisas”. Na mesma zona Filipe Santos também afirma que álcool tem mais saídas do que qualquer outra coisa e no fim semana é muito dinheiro que entra nas caixas das lojas. Essas mesmas lojas vem na venda do algo para equilibrar as contas já que muitos produtos tem pouca saída. 

O álcool de uma é algo que movimenta as pequenas mas também é a preocupação de famílias que vê seus rendimentos descerem por causa da opção de familiares que consomem grades quantias em álcool em vez de aplicarem em outras necessidades familiares.

 
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