segunda-feira, 4 de julho de 2011

5 Julho! Somos Independentes

No dia 5 de Julho de 1975, Abílio Duarte, na qualidade de presidente da Assembleia Nacional, declarou na Cidade da Praia a independência de Cabo Verde, culminando assim um período de transição que havia iniciado com a queda do regime colono-fascista, consequência do golpe militar revolucionário de 25 de Abril de 1974 3m Portugal. Coroando também o esforço de muitos combatentes e líderes das colónias portuguesas, nomeadamente, em Guine, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola e claro Cabo Verde, que empregaram os seus esforços pela causa da independência.
Com todos estes acontecimentos dá-se então a queda do estatuto de colónia. Depois de mais de 500 de dominação colonial tenha chegado ao fim “e um novo sol nasceu no horizonte.” Agora Cabo Verde conta com uma nova responsabilidade, a de trazer o progresso e o desenvolvimento a si mesmo, independentemente outros. Durante esses 36 anos de independência a questão é se chegamos mesmo a ser independentes.
Segundo sugere o dicionário, independente significa que “não dependem de outrem”. Então o nosso conceito de independente precisa ser reavaliado. Economicamente dependemos do estrageiro, vendo que ainda importamos mais do que exportamos, criando a cada ano um défice na nossa economia, o que contradiz com a definição. Mesmo que somos um país novo a procura da maturidade e sabendo que isto leva tempo (muito tempo).
Devemos preocupar com o facto de estarmos hábitos e costumes do estrageiro, o que pode levar a perda da nossa identidade cultural, importando formas de vestir, falar, agir.
Tornar-se independente é mais do que ter o nosso próprio escudo, nossa própria bandeira, ter nosso presidente e poder cantar com orgulho e em plenos pulmões o nosso hino nacional. É ser quem nos somos ter saúde, educação para todos, habitações condignas, é proporcionar os meios de básicos para que todos possam desfrutar desse estatuto de ser independente o melhor possível.
O mundo capitalista está difundindo novos tipos de dominação. O neocolonialismo que consiste na exploração económica e política estabelecida pelas potências capitalistas emergente, em que estes se apoderem das principais instituições que são capazes de trazer força política de qualquer país. Já existem rumores de que isto esteja acontecendo no nosso próprio país, aproveitando da melhor forma as campanhas de privatização das empresas públicas.
Podemos pensar que tudo está bem e que continuamos a ser um país de morabeza. Mas o certo é que nem tudo está bem. O filósofo disse que “o despertar da consciência é a grandeza da alma”, isto significa que devemos prestar atenção ao que acontece a nossa volta e procurar da melhor forma melhorar o nosso estatuto de independente.
Feliz dia da Independência para todos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Música e Juventude

Há quem diga que tudo vai bem e que a variedade cultural é sempre boa. Mas claro que há limite. Neste texto farei uma comparação de como está a juventude actual com a música ouvida hoje.
Já é comum cruzar com jovens ou mais jovens nas ruas e com as novas tecnologias disponibilizadas tanto por telemóvel ou Ipode’s ou MP3’s, ouvindo músicas. Muitas vezes estas músicas estão altas, com intenção de outros ouvirem a música ou ter um cheirinho do seu gosto.
Na maioria das vezes os gostos são, vou utilizar a palavra, “pobre”. Músicas sem fundamento, sem ideias, sem intelecto sem nada. Ok, nada é força da expressão pelo menos a batida é a única coisa melhor trabalhada, se não fosse esta o principal item de interesse nas músicas.
O problema dessas músicas com letras fáceis de aprender e com batidas que ficam no ouvido é facto de não adicionarem nada de novo ao ouvinte. As letras são de baixo calão e que incentivam comportamentos desviantes, como o sexo, as drogas e bebidas. Estas são pobres na medida em que existe uma única frase repetida durante todo o tempo. Isto torna de certa forma mais fácil se identificar com ela.  
A música está sendo um meio de degenerar as novas gerações que estão completamente consumidas por ela. O pior que há música de qualidade feita aqui na nossa terra, mas que está sendo deixado de lado por batida, kuduros e funks. Culturas importadas que não trouxeram nada de novo a não ser….Nada.
A forma de dançar estas músicas com movimentos sugestivos fazem com que um único pensamento se faz produz na cabeça dos jovens: comportamentos desviantes. Nada contra a música tirada a parte que está a contribui para que existe todos os males que não queremos. As rádios estão participando de certa forma na produção desta avalanche de “músicas pobres”, reflectindo assim a cultura dos mais jovens.
A música sempre foi algo inspirador usado para despertar o intelecto, se for usado da forma correcta.“A música é a revelação superior a toda sabedoria e filosofia.” (Beethoven) e não da falta de inteligência.Para reflexão:”Depois do silêncio, aquilo que mais aproximadamente exprime o inexprimível é a música.” (Aldous Huxley) 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O outro lado da cidade

"Soncente é sabé pa fronta". Este é o nosso lema, mas esquecemos que nem todos estão a achar piada porque a vida éstá muito ingrata, principalmente para pessoas que vivem na periferia.

Ao caminhar na Rua de Lisboa, na Avenida Marginal ou mesmo passear nas zonas que ficam no centro não imaginam o que passa na periferia. O outro lado da cidade do Mindelo é um  lado que nos desconhecemos ou que fechamos os olhos para não ver.
Existe em São Vicente uma proliferação de casas feitas de bidões. É vista muitas vezes como u mal social de pessoas que estão construindo casas de formas ilegais e que estão manchando a nossa sociedade. Mas é isto?
O outro lado da cidade não é visto. Pessoas que vivem das formas mais humilde possível e no limiar da pobreza. Quando nestes bairros acumulam pobreza, desemprego, condições precárias de higiene. Quando as próprias autoridades marginalizam estes bairros negando-os oportunidade, ficando a espera que traçam os seus próprios destinos.
Querem que estas pessoas possam ser tudo. Mas quando os factores negativos juntam para fugir do pesadelo de ouvir crianças gritando de fome, lixo em todo o lugar, não ter um lugar decente para fazer uma necessidade fisiológica, o processo mais fácil é “largar vida” e deixar nas mãos de Deus. Quando ninguém ajuda a que fazer pela vida mesmo que os meios escolhidos não sejam os melhores.
A vida está difícil para todos mas para muitos está mais difícil do que para outros. É triste mas ninguém olha para o outro lado da cidade. Basta olhar para as zonas nas periferias e notar que o pouco que temos é muitos para alguns.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Promoção do Skate em São Vicente


A Skibosuf é uma associação que visa a provocação dos desportos radicais. Nestes últimos tempos tem promovido desportos como o surf, bodyboard. Mas a intenção, que já vem de tempo atrás, passa por incluir skate dentro do seu campo de acção.
Marcos Mota, da Skibosurf tem vindo a lutar a lutar para promover este desporto. Como explica o skate faz parte, historicamente, do surf. A ideia é que antes das provas de bodyboard ou surf ter uma prova antes de skate como forma de promover ambos os desportos. 
Para Marcos seria interessante criar outras alternativas interessantes para os jovens que não seja somente o futebol. Criar as condições básicas seria o ideal para ajudar os praticantes neste processo. Hoje o local em praticam é na gare marítima e todos os equipamentos são fabricados pelos skatistas.
Um espaço próprio para a prática destes tipos de desporto seriam o primeiro a fazer para estimular os praticantes. Marco Mota conta-nos que já localizaram o espaço ideal. “Já pensamos um skate parque aqui e temos o lugar ideal que é a praça de Retimar. É abandonado muito mal usado pelos jovens e pode ser dado outra utilidade. Não tem mais nenhum lugar para pratica a não ser as novas estradas alcatroadas e a praça da gare marítima” afirma Marcos.
Além de uma alternativa para os jovens, Marcos identifica uma economia sustentável e uma forma de aprendizado para jovens. “Quando falo de skate. Traz uma economia local atrás dele. Principalmente na areia de multimédia com vídeos, publicidade. Desenvolvimento através de t-shirts e pode desenvolver a economia”.
Além de trazer essa economia Marcos identifica uma oportunidade de aprendizado para os jovens que vão aprender na prática a mecânica e a física. “Este desporto não tem custos para as autoridades porque é o jovem que vai correr atrás dos seus equipamentos”.
Marcos vê cada dia mais praticantes para a modalidade mas admite que está sendo uma modalidade efémera para alguns porque não há uma institucionalização desta actividade. Perde praticantes por falta de competições. Os que começam para por este motivo.

Andar nas ruas
Para analisar o porque os jovens andam nas ruas, Rocha coloca duas perspectivas de ver as coisas. “Andar na rua não seja uma coisa repreensível desde que não esta a perturbar peões”. Mas pede uma maior sensibilidade das autoridades policias e a sociedade de que estar a abertos novas modalidades. “Estamos numa sociedade em que tudo o que é novo é reprimido e vai contra o discurso de jovens que é inovadores ”, desabafa Rocha.
Mas espera uma cooperação entre os praticantes e as autoridades. Pedem as autoridades cooperam quando houver competições que os policias possam estar presentes para ajuda a colocar ordem. “ Teve uma prova não tivemos autorização da policia”, conta Marcos. Perguntado se foi uma questão de censura respondeu dizendo que “ não foi uma questão de censura mas de insensibilidade e reabertura para o desenvolvimento de jovens no desporto “.
Marcos vê nos praticantes de desportos radicais um grande parceiro social para sensibilização de jovens em muitas temas sociais, como drogas, alcoolismo, violência e outros males que afectam a sociedade.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Lady Barra Pessada: A voz femina do Hop Hop

Lady Barra Pesada, surge no panoramo do hip hop em São Vicente como das poucas vozes femeninas na ilha, mas está decidida a trazer mais e mostrar que esta arte não é exclusivamente para rapazes.  


Denise, também conhecida como Barra Pesada, no meio hip hop em São Vicente, surge como a voz feminina no panorama do hip hop em São Vicente. Apesar de ser poucas as mulheres a cantar hip hop ela não sente sozinha. “Não sinto sozinho porque tem muito apoio dos rapazes que me elogiam. Sei que não sou a primeira, os que começaram já muitas já pararam, mas espero muitos possam começar agora. ”

Ela que já canta desde de 2008 tem o sonho de formar um grupo constituída somente com vozes femininas. Por este motivo não faz parte de nenhum grupo, preferindo continuar a solo, somente dando seu contributo nos projectos musicais que vão surgindo até chegar o momento.  “Tem muitas mulheres com capacidade mas que só precisam ser descobertas e de uma ajuda” , diz Denise.
Na sua entrada no mundo do hip hop como diz não foi ela que escolheu só entrou. “Quando pequenina”, como conta, “ imitava Lura e pensei que quando crescesse iria cantar como Lura. Depois tudo mudou e encontrei outra vocação que tinha escondido”.
O seu percurso começa ainda no liceu. “Nos meninos quando somos mais novas sempre escrevemos versos poemas sobre tudo”, recorda Denise. “Primeiramúsica que eu cantei foiem português, e MC Mentor ouviu me e foi ter em minha casa dizer-me que eu tinha boas letras mas tinha começar a fazer emcrioulo”
Continua escrevendo agora em crioulo mas não faz uma divulgação de tudo o que grava. “Gravo e deixo guardado porque quero fazer o meu próprio CD, por isso tenho que guardar os melhores, se não, não tenho trabalho suficiente para o meu CD.
Denise nas suas músicas como explica gosta de falar sobre ela e que se passa na sua vida. Temas sócias sobre o que a sociedade tem de errado e de bom também faz parte de sua temática. Segunda esta artista quero levar sua música cada vez mais longe. “Não quero escrever so para as pessoas de zona. Quero escrever para expandir para muitos lugares, por isso tenho muito cuidado com o que escrevo” como explica Denise. Finaliza afirmando que “Qualquer coisa posso retratar na minha música”.




segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nova asfaltagem atrai novas modalidades

Com a nova asfaltagem das ruas de Mindelo os jovens estão com um amplo espaço para andarem de skate, patins e bicicletas. Estas modalidades estão a deixar preocupados as autoridades. Mas os jovens reclamam para um espaço próprio para a prática destes tipos de desporto

Com o novo asfalto as ruas de São Vicente estão quase todas interligadas. Alem de melhorar as condições das estradas, agora estão sendo usados por jovens para praticar desportos radicais como patins, skate e bicicleta.
São grupo de jovens que se reúnem e andam pelas zonas. São característicos os locais de encontro, com preferência as zonas em que há inclinações como por exemplos as descidas de Fonte Inês-Cruz, Madeiralzinho, Escola Técnica e a descida de Chã de Alecrim. 
Nivaldo que anda de patins está contente com o novo asfalto e a oportunidade de ter a cidade ligada por ela e diz de pronto que agora é “só sair e andar”. “Papa” em Fonte Filipe também partilha desta opinião que é benéfico para poder andar a vontade.

A escolha da modalidade
Este tipo de desporto não é tão popular entre os jovens, mas tem tido cada vez mais adeptos e praticantes. Igor em Ribeira Bote conta que o desejo de praticar já vem de há muito tempo ainda quando era menino quando ofereceram um skate. Esta mesma história passa com alguns das pessoas que conversamos sobre como entraram em contacto com a modalidade.
O desporto dá sensações diferentes aos diversos praticantes. Igor por exemplo fala no relaxamento que proporciona. “Quando venho do trabalho mesmo se estou cansado vou dar umas voltas de skate e sinto-me sempre melhor”, como conta. Nivaldo fala do gosto pela modalidade. Mas todos falam da adrenalina que se sente ao fazer desportos radicais. “È sensação diferente de estar sempre a desafiar algo além de nossas capacidades”, fala Papa.

As reclamações
A polícia de trânsito já recebeu várias chamadas por parte de pessoas reclamando de jovens a andar de patins e skate nas estradas. O Subchefe Irlando Pina, da polícia de trânsito, diz que não é um fenómeno novo mas que agora tem maiores dimensões com o novo asfaltamento.
“Não somos contra o desporto mas tem que ser feito de acordo com a lei”, diz o Subchefe. Segundo este oficial os jovens tem que andar em espaços reservados para tal. Reconhece a inexistência de espaço. “Temos que pedir a câmara um espaço para a pratica deste desporto. Porque só assim podemos controla-lo”, diz O subchefe Pina que conclui dizendo que pode ser ate certo perigoso para os praticantes como para os motoristas.
Júlio, taxista, afirma que ambos tantos os praticantes destas modalidades assim como os motoristas estão em perigo porque “aparecem de repente e pode ser difícil as vezes desviar e
Como medidas, se os polícias encontrarem skatistas, patinadores nas ruas, são aprendidas e só serão levantadas sob pagamento de uma coima de dois a cinco mil escudos.
Sempre andam no mesma faixa que nos. ” Outro aspecto perigoso salientado pelos motoristas é quando seguram nos carros em movimento.
Igor defende dizendo que o seu grupo sempre tem procurado a gare marítima, que é o espaço fornecido com o consentimento da polícia, para praticar. Mas já Nivaldo reconhece que com o novo asfalto é difícil não cair na tentação de andar pelas ruas.

Soluções
Para fazer face a situação todos, tantos praticantes como polícias é um espaço reservado para a prática destas modalidades.
O único espaço fornecido é gare marítima onde os jovens se reúnem para praticar, e o horário tem que ser sempre depois das viagens de barco, isto é, depois das seis. Apesar da boa vontade na cedência do espaço os praticantes esperam um lugar mesmo dele para fazerem e melhorem o que sabem.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Expavi:"O Hip Hop está Vivo " , 2º parte

 Continuação da entrevista concedida, pelo rapper sanvicentino, Expavi, ao Nani Com "I". Esse rapper que tem dado cartas como sendo um dos melhores de Cabo Verde. Tanto pelas letras como a forma de cantar que tem maravilhado muitos e que o levou ao primeiro lugar do concurso Vis a Vis CAbo Verde.


Quando falas em mudar mentalidade o que queres dizer. E como o hip hop pode fazer isso?
Esta música tem poder e se tens consciência ele pode mudar-te sim. Como disse é forma de luta, tentamos lyricalmente mostrar que o hip hop tem uma visão prática. Por exemplo aqui em Chã de Alecrim como as pessoas vêem o Hip hop Art. Vejo os respeitos que nos dão. E através das nossas ideias que mostramos porque as pessoas estão a ver e você sabe logo que a está música pode ter uma grande mudança. Estão sempre a ouvir as nossas músicas e nos pedem para que explicamos o conteúdo delas. É toda a hora a musica chega neles e os transforma e há um respeito de tudo que falamos para as pessoas e vai mudando a mentalidade e muda totalmente, mesmo totalmente. Eu digo a sério vi pessoas mudadas só por causa de uma musica.
HIP HOP sempre tentou ocupar um espaço. Não era tão bem aceito mas já goza de uma certa aceitação. Já conseguiram o espaço que pretendem?
Estamos numa luta para ganhar nosso espaço. Estive na praia e muitas pessoas foram me ver e disseram-me “em São Vicente o hip hop está com um espaço mais do que a Praia”, mas em São Vicente dizemos que Praia está melhor. Vou lá e vejo e sabes onde está a diferença? Porque aqui Senzala está aberto, não porque estou aqui mas porque Senzala está aberto! Vi que eles têm problemas em beat, o problema é que tem só dinheiro. Nos aqui não temos dinheiro mas temos consciência e vontade. Na Praia, eles tem dinheiro mas não são unidos, estão divididos cada um no seu lado. Estas a ver? Maioria dos grupos vem para senzala e convivem uns com os outros que é uma forma de consciencializar e evitar algumas cenas e temos que ir mudando. É o que falta na Praia devem fazer um bom proveito do capital que tem lá que e é o que nos falta aqui.
Em que ponto os programas da rádio tem ajuda a cultura hip hop e fazer para a aceitação e um “escoamento” dos novos MC´s?
Fazem sim um bom trabalho. Três quartos, existe, planeta rap. As pessoas sabem que o planeta rap fez um bom trabalho. Dj Letra está a fazer um bom trabalho tem outro programa que também está a fazer um bom trabalho, ritmos e poesias. Tem agora um novo programa na RCV+ que aos poucos vai ganhando o seu espaço.
O hip hop muitas tem sido muitas vezes conectado a violência. Qual é a relação que tem estes dois?
Ok, vou dar o nome as coisa. Violência seu nome é violência. Agora como toda a cultura tem o seu lado positivo e negativo. É como dizer todos os homens são iguais, ou, todas as mulheres são iguais. Você vai querer que eu apanho aquela mulher mais podre ou aquela mais sábia e disser que é como você? Não! Nessa história cada um tem a sua forma de ver as coisas, mas se você veio me disser que hip hop é violência, tem um problema dentro dele. Tem pessoas que leva o hip hop para este lado ou que entre no hip hop para ser violento. Desde o inicio o hip hop a sua luta é para o black people( raça negra) reivindicar os seus direitos todos os outros  problemas  e está que é a mensagem. Tem outros que usa essa forma para fashion, gangs mas não é assim.
As pessoas falam no  underground  onde reside a essência critica da cultua e o comercial onde as pessoas fazem para ganhar fama. Existe diferença entre estas modalidades?
Existe diferença sim. Mas eu coloco o comercial, o undergreound e coloco o consciente no meio. Como um MC consciente você pode fazer o underground ou o comercial, como dizem porque eu não vejo nenhum comercial neste meio, ou seja nos todos somos underground e nem estamos dando conta. KRS – ONE que todos nos conhecemos, ele é comercial, e é meu rapper preferido e todas as pessoas no mundo o conhece, mas, o mundo não nos conhece, aqui está a diferença. É uma falta de entendimento do pessoal em termos do underground e do comercial. Acho que deve mudar e que é comercial são as falas banais e muitas deviam ser evitadas em certas músicas para não parecer comercial. Como as pessoas estão a falar mas não é comercial porque não se ganha com isto. Certo dia chegou um grupo e disseram “Expavi viemos gravar uma musica”. Tudo bem abri o microfone, e gravaram uma música que falava de dinheiro, mas, na hora de pagar não tinham dinheiro. Aquilo é o quê? Cobro mil escudos por cada faixa para ajudar o pessoal, e depois você fala que tem dinheiro para isso e para aquilo e na hora de pagar você não tem. Aquele não é rap consciente que disse que coloco no meio. Rap consciente já tem outra visão. Mesmo que queres fazer comercial em Cabo Verde não tem espaço.
Onde é que pretendem chegar com está cultura?
Falta algumas coisas para completar e sabes que esta cultura é censurada principalmente quando trazes a verdade. Eu sou uma prova disso e não são todos os que já passaram por isto.
Já foste censurado de alguma?
Posso levantar uma questão. Qual é o MC que já ligaram para o seu telefone e disseram-lhe para ter cuidado com o que está a falar? Qual é o MC que já enviou vídeo para a televisão e não passaram porque era muito violento, mas eu não falo nada obsceno, só falo coisas verdadeiras e eu sofro por isto. Então onde está o erro? O que eu vejo é um sistema de manipulação. Aqueles que vem sempre trazer a verdade ou dizer alguma coisa que desperta e abre os olhos, tem sempre a tendência de censurar e não dão chance são o que eu sinto. O hip hop esta ganhando o seu espaço, estamos a tentar com muito esforço, estamos tentar mas vamos chegar lá.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Seja uma Criança

Neste dia mundial das crianças em vez de preocuparmos muito com as crianças, deve pensar antes no tempo em que nos próprios éramos crianças. O que acontece com a maioria dos adultos é esqueceram que foram crianças um dia.

Com uma vida desregrada sem pensar em nada, dando a importância as coisas mais efémeras que existe, devemos pensar nas crianças e aprender delas. O dizer popular é que elas são o futuro e a esperança. Concordo plenamente mas também podemos dizer que elas são as esperanças dos adultos.

Está registado na bíblia, que Jesus tomou sobre os seus braços uma criança e diz que precisos ser como ela. Mas o que ele queria dizer com estas palavras. Vamos pensar será que é ser infantil e sentar por ai a correr, brincar sem pensar nas responsabilidades. Gritar a vontade porque ninguém nos ouve ou mesmo fazer as coisas de crianças. Não Ele queria dizer que nunca devemos deixar a parte de criança de lado. Mas qual é essa parte?

É a parte que tem deixado falta a humanidade. Entre as muitas outras características podemos dizer a humildade, a temperança o amor, a fraternidade, a inocência, a submissão.

Nos dias de hoje podemos pensar que esses valores estão ultrapassados, mas vou mostrar que não. Quando falamos na humildade pensamos logo na questão de rebaixar perante as pessoas. Mas não é isso é um sinal de bravura de estar preparado para defender as coisas que acreditamos.

As escrituras nos falam da submissão no ponto em que devemos ser submissos “como uma criança se submete a seu pai”. Neste aspecto quer dizer ser maleável, ensinável e não o dono do mundo e do saber. Estar sempre dispostos a aceitar a correcção e como uma, pura, fazer mudanças.

Neste dia da criança que sejamos nós as crianças e em vez de ensinar aprender  aprender delas.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Homem é aquele no seu trabalho








quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sem passaporte mas com votos

De uns tempos para cá que os passaportes estão como uma miragem, só para o mês de Junho ou mais. Esta questão com os passaportes tem deixado muitos preocupados, pessoas que querem ir de férias, pessoas que querem ir para tratamento ou mesmo pessoas que querem sair do país. Mas a falta de caderneta tem deixado as pessoas somente zangadas e na espera.

Mas acho que está é uma estratégia política para que todos possam votar principalmente em São Vicente. As eleições foram marcadas para sete de Agosto, uma data e um mês complicado. Mas não somos nos que mandamos por isso temos que acatar as ordens.
No mês de Agosto em que muitos querem sair para espairecer ou mesmo aproveitar as férias as pessoas vão ficar aqui. É uma estratégia pra reduzir na abstenção mas sim a ausência.
Mas Cabo Verde, um país neste nível, não pode estar assim com uma situação a prolongar e a complicar a vida de muitas pessoas. Se não tiver caderneta arranjar um bloco qualquer coisa desde que a situação seja resolvida. 

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Expavi:"O Hip Hop está Vivo "

Expavi
Hoje o hip hop é um estilo musical que tem cativado um numero cada vez maior principalmete de jovens. Vários álbuns todos os anos a saírem e das musicas que mais tocam na comunidade mais jovens. Está arte tem sido alvo de criticas e censuras. Para entender esta forma de arte conversamos com um dos grandes impulsionadores desse movimento. Expavi que é produtor musical e sua casa é um estúdio de gravação onde os jovens gravam as suas faixas musicais.

Quando estamos a falar de hip hop sobre o que estamos a falar. Afinal o que é o hip hop?
É uma forma de luta, sabemos que quando viemos em barcos de escravos e coloraram-nos em guettos, senzalas, criamos uma forma onde podíamos reivindicar. O hip hop é uma das vertentes deste movimento. Criamos danças, fizemos pinturas estávamos em tudo isso. As pessoas criaram rimas para mostrar que estavam vivas. Quando fizemos isso criaram mais alguns problemas. Quando dizemos hip hop é uma forma de dizer que estamos a cantar e a mexer o corpo. O HIP HOP é uma cultura. Hip hop é algo que vivemos e a música rap é algo que fazemos, é uma forma de vida como disse. Assim foi ganhando o seu espaço e hoje é feito como hobbie e como forma de ganhar a vida.
Então HIP HOP é uma cultura
Sim!
E comporta alguns elementos. Quais sãos estes elementos?
BeeBoy, que é break dance, grafite que é pintura feito pelo writer. Ainda temos o beat box que faz as batidas. E tem outros elementos que é o street knowledje (conhecimento de rua), street languege (linguagem de rua) e você os encontra nas ruas como uma forma de vestir e de falar.

Está cultura começou a ganhar forma na América?
Como disse, depois dos barcos de escravo, senzala passou para os guetos onde começaram a criar espaço e de lá começaram a mostrar a sua criatividade a dançar. Pessoas que emigraram da Jamaica faziam actividades onde faziam Freestyle (estilo livre). Isto começou a ganhar expressão em Nova York, em Bronx e de lá começaram e chegou hoje onde chegou.

As vezes o hip hop é visto como uma cultura Americana?
Os próprios americanos sabem que não é assim. As pessoas pensam que veio da América mas é mentira mas é uma cultura importada pela América.

É cultura aberta a novas coisas. São Vicente tem adicionado algo a cultura?
São Vicente tem adicionado algo de novo. Inclusive quando ouvirdes estes novos álbuns que vão sair, vais notar a cultura cabo-verdiana mais firme. Lyricalmente já uma grande preocupação com este aspecto, é uma frase de Cabral, de Tupac, é uma frase de Orlando Pantera, Renato Cardoso, compreendes, há muito que estamos introduzindo, musicalmente ainda temos que introduzir através de um sample de Cabo Verde que tem haver connosco. No meu novo trabalho “historia k´nunca esh kontob” vais senti-lo. Algo novo que tentamos trazeres que faz parte de nos também mostra que damos valor a nossa cultura e que estamos vivos.

E em cabo verde onde podemos encontrar a origem do HIP HOP
Do que sei foi entre 94 -95. Começou com Ice Company, Mitu, grande mestre. Contaram-me que quando começou entre os seus amigos pensou que não ia dar porque só podia cantar em inglês. Mas conseguiram transformá-lo e começou a arranjar beat e começamos a cantar. Um sonho tornou realidade. Este é Mitu a contar-me. Isto em 94. Ainda Vick estava vivo. Foram cantar na Praia e morreu, Black Side estava lá. Tiveram um acidente e só Vick morreu. Foram mostrar o que nos mostramos todos os dias e todas as horas. Mas nos que tomamos a caminhada.

Em comparação com o antes e o agora no hip hop cabo-verdiano?
Naquele tempo era mais complicado, só beat americano, tinha que tirar a voz pôr o flow em cima. Outra coisa que era estranho cantar em crioulo em cima dos beat, mas nos adaptamos e tudo ficou normal. E vemos Ice Company cantar musicas como “rabadob NHontone” e outras musicas que falavam da política social e todas estas coisas. Essas músicas tomaram Cabo Verde inteiro e vão ficar para sempre nas nossas vidas.

O diferença entre o que fazia antes e o agora?
A diferença é grande. Teve uma evolução mas também muita paranóia. A evolução que sempre procuramos e hoje somos donos da nossa própria cabeça. Hoje as coisas são mais fáceis. Antes era mais difícil conseguir os beat, estúdio para gravar não era fácil. Hoje é mais fácil mas o pessoal não esforça. Não se dedicam muito hoje, antigamente as pessoas se esforçavam mais e dedicavam mais ao trabalho. E ouvia tudo lyrics (letra das musicas), e não tinham beat feitos aqui mas podia ver o esforço do MC. Neste momento tudo esta fácil e o pessoal como se perdeu valor. Digo não maltas não podem cair nisto. As pessoas tem que por na cabeça que quando as coisa ficam fáceis tem de da graças a Deus. Temos de arranjar forma de mostrar que as coisas ficaram fáceis mas não podemos tomar na brincadeira, porque isto é uma luta e foi uma luta desde há muitos anos atrás. Hoje o hip hop esta a subir, temos a Senzala (estúdio de gravação) onde podem vir gravar. Expavi abra as portas para as pessoas gravarem sem problemas senão fechava as portas e era só para o meu grupo, mas não quero isto, quero abrir as portas para ajudar São Vicente e Cabo Verde a mudar a mentalidade. É uma forma de luta e de revolução.

primeira parte

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Melhor não fechar o olho

Ficar atento é a questão quando somos chamados atenção sobre qualquer facto. Quando foi a questão da violência o PM disse que era focos independentes mas que dentro de pouco iria estagnar. Não foi o que aconteceu e muito pelo contrário fomos fustigados por uma onda de violência. Hoje andar rua é uma incógnita, porque não sabemos quando seremos assaltados. 

No relatório de direitos humanos do país elaborado pelo governo dos EUA lemos: “O problema do turismo sexual continuou a agravar-se e não existem leis para lhe fazer face. Não houve quaisquer indicações de envolvimento ou cumplicidade por parte do governo.” 

Isto parece um pouco estranho falar de turismo sexual em Cabo Verde, mas não podemos fechar os olhos dizendo que não existe ou que em pequena escala, porque não é bem isso que acontece. 

Em reposta a esta preocupação, José maria neves, respondeu a agência lusa, reproduzido no asemanaonline. O chefe do governo diz que é um exagero falar de turismo sexual, mas admite que estão a tomar medidas para reduzir o problema. 

Em vez de sentar e fechar o olho. O dia-a-dia deve ser construído em acções construtivas para proteger o país das novas tendências que podem denegrir a nossa imagem, porque a ideia de o país de morabeza está a dissipar a cada dia. 

Não podemos fechar os olhos sobre o que acontece debaixo de nossos olhos. Se estivermos com ramela é melhor lavar a cara. Claro, que não podemos exagerar na medida que o problema é novo mas em rápida ascensão. Mas o mais correcto é encarar os problemas de frente e fazer o melhor para trava-lo. A aprovação da lei para construção de casas de jogo de fortuna e azar pode vir trazer problemas indesejados ao país problemas que nunca pensamos mas que vão ser uma realidade. 

Limpemos os olhos para que nosso Cabo Verde continua a ser nossa terra de morabeza. 

 
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